Sem comentários

Procura por moradias e terrenos continuou a acelerar no primeiro semestre do ano

Os portugueses pesquisaram mais moradias, terrenos, quinta e herdades para venda no primeiro semestre deste ano. A pesquisa por apartamentos perdeu força em relação aos níveis pré-pandemia, revela um estudo da plataforma Imovirtual.

Mais moradias, quintas e terrenos para venda e menos atenção aos apartamentos. Estas são as primeiras conclusões de um estudo revelado esta segunda-feira pelo portal imobiliário Imovirtual sobre os hábitos de pesquisa dos portugueses no primeiro semestre deste ano.

Segundo os dados do Imovirtual, a procura de casas com mais espaço continuou a subir na primeira metade do ano, num estudo que compara as pesquisas feitas pelos portugueses este ano com dados relativos a 2019, antes da pandemia, e também com o ano passado. A procura por moradias para comprar subiu 36,7% até junho, face ao mesmo período de 2019. Já comparando com a primeira metade de 2020, a subida é de 16,2%, indica o Imovirtual.

Em relação a zonas mais procuradas, Lisboa e Setúbal são as regiões do país onde a procura por moradias mais cresceu face a 2019, com aumentos de pesquisa de cerca de 664,7% e 621,8%, respetivamente. Também o Porto (557,6%), Braga (531,3%) e Vila Nova de Gaia (522,8%) registaram aumentos significativos face à primeira metade de 2019. Mas a procura por moradias nestas cidades já era visível no ano passado: na comparação homóloga, a procura por moradias em Lisboa subiu 3%, mais 1,3% em Braga e 13,6% em Vila Nova de Gaia. Já no Porto e em Setúbal a procura por moradias à venda recuou 1,6% e 0,4%, respetivamente.

Não foi só a procura por moradias que subiu – também os preços acompanharam esta subida das pesquisas. Até junho deste ano, o preço médio das moradias disponíveis para venda subiu 7,92% face a 2019, quando rondava os 388.412 euros, e 3,36% m relação ao período homólogo de 2020, quando o preço médio era de 405.570 euros. No primeiro semestre, o preço médio de uma moradia aumentou para 419.188 euros.

Sem surpresas, Lisboa e Faro são os distritos com os preços de moradias mais elevados no primeiro semestre – 807.621 e 676.196 euros, respetivamente. Em sentido contrário, os dados apontam para a Guarda e Portalegre como os distritos com o preço médio de uma moradia mais baixo, de 121.369 e 125.931 euros, respetivamente.

Outra opção que viu a procura aumentar é a de terrenos para compra. Comparando com o período pré-pandemia, esta foi mesmo a categoria que mais cresceu, nota o Imovirtual, com um aumento de quase 69%. Já em comparação com 2020, a procura subiu 21,3%. As regiões da Charneca da Caparica, Braga, Setúbal, Porto e Lisboa registaram a maior subida na procura relativamente a 2019, com a Charneca da Caparica a ver a procura subir cerca de 608%. Na comparação com a primeira metade de 2020, esta zona da Margem Sul do Tejo continua a liderar as subidas, com um aumento da procura por terrenos nesta zona de quase 22%. Também Braga (+8,1%) e Setúbal (+6,4%) registaram subidas. Em sentido contrário, a procura por terrenos em Lisboa e Porto baixou 6,4% e 2,6%, respetivamente, na comparação com 2020.

A categoria de quintas e herdades para venda registou a segunda maior subida da procura no primeiro semestre, em comparação com o ano pré-pandemia, com um aumento de 43,5%. Já na comparação com o ano passado a subida é mais modesta, de apenas 0,8%. Neste caso, Castelo Branco lidera a subida de procura (cerca de 692%), seguido por Évora (aumento de 513,5%), Santarém (461,7%), Setúbal (402,8%) e Lisboa (323,2%) na comparação com a primeira metade de 2020. Na comparação com o primeiro semestre de 2020, Lisboa, Setúbal e Évora viram a procura por quintas e herdades recuar.

Nesta análise do Imovirtual, os apartamentos representaram a única tipologia em que a procura recuou face a 2019, com uma quebra de 17,2%. Já face ao ano passado, verificou-se uma ligeira subida de 1,7%. Face à primeira metade de 2019, as regiões de Vila Nova de Gaia, Setúbal, Porto, Lisboa e Braga destacam-se. Comparando com a primeira metade do ano passado, a procura por apartamentos em Setúbal e Vila Nova de Gaia cresceu 5,2% e 1,9%, respetivamente, mas caiu em Braga (-19,7%), no Porto (-9,7%) e em Lisboa (-7,8%).

O preço médio dos apartamentos aumentou tanto na comparação de 2019 como com a de 2020. No primeiro semestre deste ano, o preço médio de um apartamento era de 319.368 euros, mais 16,76% face a 2019 e uma subida de 3,42% em relação à primeira metade de 2020.

Lisboa e Faro são também os distritos com o preço médio por um apartamento mais elevado (507.804 euros e 296.240, respetivamente). Também aqui Portalegre e a Guarda são os distritos com o preço médio por apartamento mais barato (87.745 euros e 98.835 euros, respetivamente).

“O comparativo com 2020, ainda que com crescimento mais ténue do que relativamente a 2019, reforça a tendência de consumo já identificada como consequência da pandemia no imobiliário, que é a busca por soluções de habitação com tipologias geralmente associadas a melhor qualidade de vida, que se coadunam com os novos tempos e com as perspetivas de futuro, no qual o trabalho remoto se irá normalizar”, comenta Ricardo Feferbaum, diretor geral do Imovirtual sobre estes dados.

O Imovirtual, portal imobiliário que pertence ao grupo OLX Portugal, recebe mensalmente seis milhões de visitas mensais.